segunda-feira, 26 de março de 2012

Bem tivi

No mês de janeiro percebi a pequena presença de um passarinho deitado em meio as folhas de minha samambaia. Minha tia que entende de aves disse que se tratava de um bem ti vi.A principio pensei que fosse um filhote  que tinha caido do ninho(pelo tamanho), com o passar dos dias achei que fosse uma fêmea que estivesse fazendo um ninho.Todos os dias quando eu chegava do trabalho, lá estava ele (ou ela)deitadinho me observando. Comecei a observar como ele se sente seguro e parece não se importar com minha presença, não a indícios de ninho, pelo menos por enquanto.
Acredito que tenha se mudado, devido a falta de arvores e  meus vizinhos não tem o hábito de criar plantas, minha casa é a única com muitas plantas. Mas não sei bem ao certo por que ele escolheu a samambaia.
Não tirei nenhuma foto dele para que não se sinta ameaçado e vá embora, quero que fique o tempo que precisar. Mas ele é igualzinho ao da foto. Muito fofo, né?

Conhecendo um pouco sobre a simpática ave

bem-te-vi (português brasileiro) ou grande-kiskadi (português europeu) é uma ave passeriforme da família dos tiranídeos de nome científico Pitangus sulphuratus, que provêm de pitanga guassu, ou seja, pitanga grande, forma pela qual os índios brasileiros tupi-guarani o chamavam; e do latimsulphuratus, pela cor amarela como enxofre no ventre da ave. A espécie é ainda conhecida pelos índios como pituãpitaguá ou puintaguá. Outras apelações existentes são triste-vida,bentevibem-te-vi-verdadeirobem-te-vi-de-coriatiuíteuític-tiui e siririca (somente para fêmeas). A versão portuguesa da palavra se assemelha com a anglófona: great kiskadee. Na Argentina é conhecido como bichofeovinteveo e benteveo; na Bolívia como frío; e na Guiana Francesa como quiquivi ou qu'est-ce qu'il dit.
Os únicos representantes do género Pitangus eram o bem-te-vi e a espécie Pitangus lictor,porém atualmente só uma espécie enquadra-se neste género, o próprio bem-te-vi. A espéciePitangus lictor agora é sinonímia da atual Philohydor lictor, o bem-te-vizinho.
Medindo cerca de 23,5 cm, caracteriza-se principalmente pela coloração amarela viva no ventre e uma listra branca no alto da cabeça, além do canto que nomeia o animal. Considerado um dos pássaros mais populares do Brasil, é um dos primeiros a vocalizarem ao amanhecer.
Constitui em uma ave de médio porte, medindo entre de 22 e 25 cm de comprimento para aproximadamente 60 gramas. Tem uma coloração parda no dorso; amarela viva na barriga; uma listra (sobrancelha) branca no alto da cabeça, acima dos olhos; cauda preta. O bico é preto, achatado, longo, resistente e um pouco encurvado. A garganta (zona logo abaixo do bico) é de cor branca. Não há dimorfismo sexual entre a espécie.
É uma ave típica da América Latina, com uma distribuição geográfica que se estende predominantemente do sul do México à Argentina, uma área estimada em 16.000.000 km².Entretanto, pode também ser encontrada no sul do Texas e na ilha de Trinidad. Foi introduzida nas Bermudas em 1957, importadas de Trinidad, e na década de 1970 em Tobago. Nas Bermudas, são a terceira espécie de ave mais comum, podendo atingir densidades populacionais de 8 a 10 pares por hectare.

É um habitante bem conhecido em todas as regiões brasileiras, podendo ser encontrado em cidades, matas e ambientes aquáticos como lagoas e rios. Pode-se vê-lo facilmente cantando em fios de telefone, em telhados ou banhando-se nos tanques ou chafarizes das praças públicas. Como podemos ver, possui grande capacidade de adaptação.
É uma das aves mais populares no Brasil. Anda geralmente sozinho, mas pode ser visto em grupos de três ou quatro que se reúnem habitualmente em antenas de televisão.
O seu canto trissilábico característico enuncia as sílabas BEM-te-VI, que dão o nome à espécie. Portanto, seu nome popular possui origem onomatopéica. Seu canto pode ser também dissilábico, emitindo um BI-HÍA ou ainda monossilábico, quando escutamos um TCHÍA.
Os cantos têm sonoridades diferentes consoante o local. É uma das razões de serem utilizados vários nomes comuns para esta espécie.
Constrói o ninho com pequenas ramas de vegetais em galhos de árvores geralmente bem cerradas. Pode inclusive utilizar para construir o seu ninho, sobretudo em zonas urbanas, material de origem humana: papel, plástico e fios. Seu ninho tem uma forma fechada e esférica com a entrada na parte lateral (diferentemente dos ninhos em forma de xícara, a entrada é pelo lado), medindo cerca de 25 cm de diâmetro, geralmente é construído no topo de árvores altas, na forquilha de um galho, mas é muito comum também vê-lo nas cavidades dos geradores de postes, podendo ficar entre 3 e 12 m do solo.
Além de construir o ninho o casal divide as tarefas de cuidar da prole. Na época do acasalamento próximo ao ninho, macho e fêmea cantam em dueto, batendo as asas ritmicamente.
Põe cerca de três a quatro ovos cônicos e brancos com pintinhas pretas (lembrando ovos de codorna). Eles são brancos logo após a postura, mas após um tempo passam a ficar amarelados. Os ovos medem 31 x 21 milímetros e são incubados pelo casal. São cônicos com pintinhas pretas como os ovos de codorna, após a eclosão seu desenvolvimento é altricial (nasce quase sem penas com olhos fechados, não voa nem anda): 
Época de reprodução: setembro a dezembro.
Número de ovos: 3 a 4 ovos.
Incubação:17 dias.
São aves monogâmicas e quando da nidificação o território circundante ao ninho é defendido vigorosamente, podendo vir a ser agressivo com outros pássaros e até mesmo outros animais ao se sentir ameaçado. Por esta razão que faz parte da família dos tiranídeos (de tirano). É comum vê-los dando rasantes em aves de rapina (principalmente gaviões) que entram no seu território.
Possui uma variada alimentação. É insetívoro, podendo devorar centenas de insetos diariamente. Mas também come frutas (como bananas, mamões, maçãs, laranjas, pitangas e muitas outras), ovos de outros passarinhos, flores de jardins, minhocas, cobras, pequenas cobras, lagartos, crustáceos, além de peixes e girinos de rios e lagos de pouca profundidade. Costuma comer parasitas (carrapatos) de bovinos e equinos. Atrapalha a apicultura por ser predador de abelhas. Apesar de ser mais comum vê-lo capturar insetos pousados em ramos, também é comum atacá-los durante o vôo. Atacam também ninhos de outras aves, como a cambacica.
Em suma, é uma ave que está sempre descobrindo novas formas de alimento. Devido ao seu regime alimentar generalista, por vezes poderá ajudar a controlar pragas de insectos, como por exemplo, sabe-se que esta ave se alimenta de répteis do género Anolis. Estes répteis, por sua vez, alimentam-se de escaravelhos predadores de insectos. A ave, ao fazer diminuir o número de répteis, fará com que sobrevivam mais escaravelhos, que aumentando o seu número, poderão controlar (diminuir) o número das suas presas (neste caso, insectos, que poderão em certas circunstâncias serem consideradas pragas, prejudicando as actividades humanas).
Como é uma ave de hábitos que se adaptam muito rapidamente pode, também, se alimentar da ração de cachorros, gatos, e outros animais de estimação.
Tem um importante papel na dispersão de sementes. Em áreas de cerrado do estado de São Paulo, é uma das aves mais importante na dispersão de sementes da espécie Ocotea pulchella Mart.
Em certas regiões poderá ser migratória.
Segundo a Lista Vermelha de Espécies ameaçadas da IUCN, esta ave tem um estado de conservação de Segura ou pouco preocupante(Least Concern). A população mundial está estimada em 5.000.000 a 50.000.000 indivíduos (Rich et al. 2003).






 

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